Na próxima quinta-feira (22), Dia Mundial da Água, a Assembleia Legislativa lançará oficialmente o Fórum para a Preservação do Aquífero Guarani e das Águas Superficiais. A reativação do Fórum – que já teve atuação de 2004 a 2010 – foi motivada pela necessidade de medidas urgentes, e efetivas, para a preservação do Aquífero e das águas superficiais. O ato ocorre às 10 horas, na sala de imprensa da Assembleia Legislativa.
A solicitação é do deputado Padre Pedro Baldissera (PT), que apontou como principal argumento a utilização indiscriminada de águas superficiais e do aqüífero, nos períodos de estiagem, para minimizar os prejuízos causados às populações atingidas. “Como as medidas de prevenção à estiagem são sempre emergenciais, e nunca de longo prazo, a situação obriga a perfuração de poços artesianos. E o que estamos vendo, na metade Oeste do Estado, é um descontrole nesse tipo de medida”, afirma o parlamentar.
O aquífero Guarani tem cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados e 71% de sua área está em solo brasileiro. Ele cobre cerca de 47% do território catarinense. Padre Pedro explica que o Fórum articulará universidades, centros de pesquisa, organizações não governamentais, movimentos sociais, parlamento e Executivo, com o objetivo de apresentar sugestões de medidas que auxiliem na preservação e melhorem a qualidade de vida das populações. “Preservação de rios e mananciais, ampliação da mata ciliar, uma política de incentivo para implantação de cisternas. Estas medidas são algumas que poderiam auxiliar, e vamos em busca de novos elementos”, defende o deputado.
Urgência de medidas - Estudos mostram que a perfuração de poços artesianos, importante nas emergências, pode ser prejudicial a longo prazo. O livro "O Aqüífero Guarani", de autoria de Nádia Rita Boscardin Borguetti, José Roberto Borghetti e Ernani Francisco da Rosa Filho, mostra que a extração de água subterrânea que ultrapassa o limite de produção do aqüífero inicia um processo de rebaixamento do nível de água, que irá provocar danos ao meio ambiente ou para a própria água.
Outro problema comum é a contaminação da água e a compactação do solo.
“É possível retirar a água subterrânea de forma permanente, mas desde que haja estudos. O que ocorre é que os estudos muitas vezes são negligenciados pela urgência de se abastecer a região atingida. Por isso é tão importante pensar em prevenção, como cisternas e proteção de mananciais”, explica o parlamentar.
Alguns dados sobre a exploração de águas subterrâneas:
- Calcula-se que a extração anual dos aquíferos é de 160 trilhões de litros no mundo (dados de 2003).
- Em quase todos os continentes, muitos dos principais aqüíferos estão sendo exauridos com uma rapidez maior do que sua taxa natural de recarga.
- Existem diversos exemplos no mundo de esgotamento de aquíferos por superexploração para uso em irrigação. Já foi verificado afundamento dos solos situados sobre os aqüíferos na cidade do México e na Califórnia, entre outros.
- No Brasil falta legislação específica que discipline o uso das águas subterrâneas e coíba a abertura de novos poços, isso contribui para superexploração.
- Nos EUA , segundo um estudo da BBC Mundo, verificou-se que o maior aquífero desse país, o Ogallala, está empobrecendo a uma taxa de 12 bilhões de m3 ao ano. A redução total chega a cerca de 325 bilhões de m3, um volume que iguala o fluxo anual dos 18 rios do estado do Colorado.
Fonte: Site PT SC
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