quinta-feira, 14 de junho de 2012

Taxa de analfabetismo entre jovens sofre “redução substancial”, aponta Ipea

A taxa de analfabetismo entre os jovens brasileiros sofreu uma "redução substancial", segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (7) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na faixa etária de 15 a 17 anos, o analfabetismo caiu de 8,2%, em 1992, para 1,7%, em 2008. Entre a população de 18 a 24 anos, a taxa caiu de 8,8% para 2,4%.

O número total de analfabetos no Brasil gira em torno de 14 milhões de pessoas, e a expectativa é de que a eliminação do analfabetismo ocorra em 20 anos. Os dados constam da terceira análise de uma série de cinco estudos publicados pelo Ipea sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o documento, a taxa de analfabetismo na população brasileira é elevada se comparada à de países como Equador, Chile e Argentina. Mas, segundo o Ipea, os números também mostram "uma redução sistemática da taxa de analfabetismo" no País. "A queda no valor da taxa tem sido permanente desde o começo da década de 1990, fazendo esse índice recuar para cerca de 10%, em 2008. Nos últimos 16 anos, a taxa de analfabetismo foi reduzida em 7,2 p.p. (pontos percentuais), com redução média de cerca de 0,45 p.p. ao ano", conclui a pesquisa.

O Ipea estima ainda que o Brasil vai levar cinco anos para atingir a escolarização mínima obrigatória de oito anos de estudos estabelecida pela Constituição de 1988. Segundo os pesquisadores, apenas a região Sul alcançou a escolarização mínima.

O número médio de anos de estudo da população com mais de 15 anos subiu 0,14 ano a cada ano no País. O Brasil levou 16 anos para ampliar em 2,2 anos a média de anos de estudo. "Ocorreram avanços importantes na ampliação do acesso a todos os níveis e modalidades educacionais, chegando à universalização do acesso ao ensino fundamental", destaca o documento.

O Ipea analisou ainda o tema "gênero", com foco na situação do trabalho doméstico. O setor é responsável por 15,8% da força de trabalho feminina ocupada. "O universo das trabalhadoras domésticas no país é majoritariamente formado por mulheres negras - 20,1% das negras ocupadas estão nessa categoria. Assim, o trabalho doméstico remunerado no Brasil se constituiu histórica e persistentemente como uma atividade feminina e negra", revela o estudo.

Entre 1998 e 2008, o número de trabalhadores domésticos, de ambos os sexos, cresceu no Brasil. O País passou de 5 milhões para 6,6 milhões de brasileiros nessa ocupação. A escolaridade das trabalhadoras domésticas também aumentou nos últimos anos. Passou de 4,45 anos de estudo em média, em 1998, para 5,94 anos.

O estudo revela ainda uma maior formalização do trabalho doméstico no Brasil. Em 2008, 62% dos empregados domésticos possuíam carteira de trabalho assinada. Dez anos antes, a proporção não chegava a 57%. "Pode-se dizer que um total de cerca de 1,8 milhão de empregadas domésticas possuem direito aos benefícios da previdência social", conclui o documento.

O último tema abordado pelo Ipea foi "migração". O estado de São Paulo voltou a atrair mais migrantes do Nordeste e do próprio Sudeste, depois de um período de perda populacional. As próximas publicações do Ipea sobre a PNAD 2008 tratarão dos temas "juventude, raça e mudança social", "habitação", "saneamento" e "desenvolvimento agrário". 
Fonte: PT/SC

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