A
taxa de analfabetismo entre os jovens brasileiros sofreu uma "redução
substancial", segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (7) pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na faixa etária de 15 a 17 anos, o analfabetismo caiu de 8,2%, em 1992, para 1,7%, em 2008. Entre a população de 18 a 24 anos, a taxa caiu de 8,8% para 2,4%.
O
número total de analfabetos no Brasil gira em torno de 14 milhões de
pessoas, e a expectativa é de que a eliminação do analfabetismo ocorra
em 20 anos. Os dados constam da terceira análise de uma série de cinco
estudos publicados pelo Ipea sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
De
acordo com o documento, a taxa de analfabetismo na população brasileira
é elevada se comparada à de países como Equador, Chile e Argentina.
Mas, segundo o Ipea, os números também mostram "uma redução sistemática
da taxa de analfabetismo" no País. "A queda no valor da taxa tem sido
permanente desde o começo da década de 1990, fazendo esse índice recuar
para cerca de 10%, em 2008. Nos últimos 16 anos, a taxa de analfabetismo
foi reduzida em 7,2 p.p. (pontos percentuais), com redução média de
cerca de 0,45 p.p. ao ano", conclui a pesquisa.
O
Ipea estima ainda que o Brasil vai levar cinco anos para atingir a
escolarização mínima obrigatória de oito anos de estudos estabelecida
pela Constituição de 1988. Segundo os pesquisadores, apenas a região Sul
alcançou a escolarização mínima.
O
número médio de anos de estudo da população com mais de 15 anos subiu
0,14 ano a cada ano no País. O Brasil levou 16 anos para ampliar em 2,2
anos a média de anos de estudo. "Ocorreram avanços importantes na
ampliação do acesso a todos os níveis e modalidades educacionais,
chegando à universalização do acesso ao ensino fundamental", destaca o
documento.
O
Ipea analisou ainda o tema "gênero", com foco na situação do trabalho
doméstico. O setor é responsável por 15,8% da força de trabalho feminina
ocupada. "O universo das trabalhadoras domésticas no país é
majoritariamente formado por mulheres negras - 20,1% das negras ocupadas
estão nessa categoria. Assim, o trabalho doméstico remunerado no Brasil
se constituiu histórica e persistentemente como uma atividade feminina e
negra", revela o estudo.
Entre
1998 e 2008, o número de trabalhadores domésticos, de ambos os sexos,
cresceu no Brasil. O País passou de 5 milhões para 6,6 milhões de
brasileiros nessa ocupação. A escolaridade das trabalhadoras domésticas
também aumentou nos últimos anos. Passou de 4,45 anos de estudo em
média, em 1998, para 5,94 anos.
O
estudo revela ainda uma maior formalização do trabalho doméstico no
Brasil. Em 2008, 62% dos empregados domésticos possuíam carteira de
trabalho assinada. Dez anos antes, a proporção não chegava a 57%.
"Pode-se dizer que um total de cerca de 1,8 milhão de empregadas
domésticas possuem direito aos benefícios da previdência social",
conclui o documento.
O
último tema abordado pelo Ipea foi "migração". O estado de São Paulo
voltou a atrair mais migrantes do Nordeste e do próprio Sudeste, depois
de um período de perda populacional. As próximas publicações do Ipea
sobre a PNAD 2008 tratarão dos temas "juventude, raça e mudança social",
"habitação", "saneamento" e "desenvolvimento agrário".
Fonte: PT/SC
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