quinta-feira, 14 de junho de 2012

“Desmotivação dos Professores”: seminário reúne cerca de mil professores em São Miguel do Oeste

         Cerca de mil professores do Oeste e Extremo-oeste de Santa Catarina participaram, na última quinta-feira (1), do primeiro de três seminários regionais que estão sendo realizados pela Comissão de Educação e pela Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa para discutir os desafios da educação brasileira. Com o tema “A desmotivação dos professores”, o evento em São Miguel do Oeste reuniu especialistas da área da Educação e da Psicologia que apresentaram as principais causas desta realidade e apontaram as possíveis soluções.



Presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e proponente dos seminários regionais, o deputado estadual Pedro Uczai (PT) destacou que a desmotivação dos professores é um dos três principais problemas da educação brasileira apontados por uma pesquisa feita pelo instituto Ibope Inteligência em todo o Brasil. Para ele, entre as causas desta situação estão os baixos salários, a fragilidade das políticas públicas de atualização dos professores e a formação inicial deficitária e incompatível com o novo perfil de aluno.



“Temos que buscar novas compreensões teóricas para compreender as transformações da sociedade”, disse ele, que também é professor. Para isso, o deputado defendeu alternativas para motivar os professores, como um plano de carreira com salário inicial digno, um piso salarial diferenciado conforme a titulação do educador, carga horária máxima de 40 horas e ampliação dos investimentos públicos em educação.



Uma das palestras também discutiu a motivação do professor a partir da educação popular. O tema foi abordado pelo doutor em Educação e presidente do Conselho de Educação de Adultos da América Latina, Pedro Pontual. Ele disse que um dos principais desafios da comunidade escolar é estabelecer um regime de co-responsabildiade, em que professores e servidores, alunos e suas famílias substituam uma perspectiva individualista pelas ações coletivas.



“O conhecimento demanda uma construção coletiva, inclusive porque há diferentes tipos de conhecimento, produzidos por sujeitos que são diferentes. Por isso que a educação popular não se viabiliza se não houver essa construção coletiva e sinergia”, disse Pontual.



Já Conceição Paludo, doutora em Educação, destacou que um dos principais desafios do professor na atualidade é adaptar-se a um novo perfil de aluno. “A educação vinha sendo tratada de forma fragmentada, com a formação dos professores voltada para as especialidades e para a individualidade.



Hoje as exigências de formação são multidisciplinares, e o professor e a escola precisam estar preparados para isso”, disse ela. A tese da professora também foi reforçada por Censo Tondin, doutorando em Psicologia. Ele falou da importância do professor possuir o sentimento de desejo de mudar, de se adaptar e transformar a sua realidade e a do ambiental social em sua volta. “O modo que fizemos escola hoje é diferente do que fazíamos no passado, e diferente do que será feito no futuro”, argumentou ele.



            Os próximos seminários regionais irão discutir os outros dois principais problemas da educação brasileira apontados pela pesquisa do Ibope Inteligência. No dia 5 de novembro, em Concórdia, será debatida a “Qualidade na educação”. Já em 16 de novembro o seminário ocorre em Florianópolis, com o tema “Violência e drogas nas escolas”.
Fonte: Site PT/SC

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