O Brasil tem elaborado uma boa resposta para um cenário econômico de longo prazo, com expectativa de crescimento futuro de pelo menos 5% do PIB - maior que média mundial - recuperação de crédito à pessoa física e retorno do capital externo. Além disso, se não houver mudanças negativas no cenário exterior, pode-se esperar solvência fiscal no curto prazo - crescimento da arrecadação em 2010 e manutenção da posição externa credora - e inflação sob controle.
No entanto, o país deve ficar alerta para possíveis turbulências externas provocadas pela fragilidade da economia dos Estados Unidos. Essa foi uma das principais análises apresentadas no seminário internacional que discutiu, na Câmara, os possíveis desdobramentos da crise financeira.
Segundo o economista-chefe do Banco do Brasil, Uilson Melo Araújo, as razões para o realismo se baseiam nas medidas adotadas pelo governo para amortecer o impacto da crise, entre elas aumento de liquidez, novo programa habitacional, ampliação do crédito e uma política fiscal ajustada. "Em 2010 teremos uma taxa de crescimento mais elevada do que no período pré-crise e o nosso sistema financeiro nacional é diferenciado no sistema global: tem regulação, solidez e atuação positiva de bancos públicos", disse.
Ao lado do chefe do diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional, Paulo Nogueira Batista Júnior, do chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, e do vice-presidente de Finanças da Caixa Econômica, Márcio Percival Pinto, o economista do BB afirmou que a expansão do crédito é um dos pontos fortes das ações do governo e está respaldada pela evolução da captação.
Segundo o diretor-executivo do FMI, Paulo Nogueira Batista Jr a reação do Brasil à crise é motivo de uma imagem muito positiva do país no exterior. "Não quero exagerar na empolgação, mas no exterior a empolgação é impressionante", disse. No entanto, disse, é preciso cautela. "O mundo não é seguro. A crise está arrefecendo, mas não sabemos o que pode acontecer", disse.
G-20
Segundo ele, a crise internacional provocou um abalo nas estruturas mundiais de poder, de estruturas ideológicas e de governança. "Um exemplo marcante é o papel que vem desempenhando desde o final de 2008 o grupo dos 20 (formado por 19 países mais a União Européia)" disse. Antes da crise, afirmou, o G-20 era um foro de secretários de ministérios. Na crise, se tornou um foro de líderes mundiais e passou a atuar como principal foro na cooperação econômica internacional, em substituição ao G-7 (bloco de países desenvolvidos). "Com isso, pela primeira vez o Brasil ganhou um assento na governança internacional. Hoje, quem principalmente fixa a agenda do Fundo Monetário é o G-20", afirmou.
Cenário
Segundo o chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, a atual conjuntura internacional, um ano após o epicentro da crise, é de uma recuperação anêmica da economia dos Estados Unidos, queda do dólar em relação a outras moedas e risco de elevação da taxa juros de logo prazo.
No Brasil, disse, o cenário é positivo, mas também apresenta incertezas, provocadas inclusive pela valorização do Real. "Poderá haver pressões inflacionárias de demanda, subida de juros em 2010 e o fluxo de capital externo continuará volátil devido às incertezas sobre a reversão da política monetária dos EUA", disse. Segundo ele, foi acertada a decisão do governo de taxar com alíquota de 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) os investimentos estrangeiros em bolsa e em renda fixa. "Foi uma boa decisão para amortecer o capital estrangeiro e diminuir o impacto da queda da cotação do dólar", afirmou.
Na avaliação do presidente do CNI, Armando Monteiro Neto, a crise deu maior peso para economias emergentes, mas teve forte impacto no crédito e na exportação da indústria. No entanto, destacou que a indústria registra crescimento há nove meses "e que o governo tem atuado bem na crise, com medias focadas e interlocuções permanentes como setor privado", disse.
O seminário foi promovido pelas comissões de Finanças e de Desenvolvimento Econômico da Câmara.
Fonte: PT/SC
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sexta-feira, 15 de junho de 2012
Sem crise: País tem estrutura sólida e futuro apresenta tendência à estabilidade
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